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Câncer de ovário: sintomas, investigação e tratamento

Atualizado: 5 de jan. de 2021

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Cancer de Ovario - Sintomas, investigaca
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Entenda um pouco mais sobre esta grave e comum malignidade ginecológica



O câncer de ovário é o segundo mais comum em mulheres e as acomete, principalmente, em idade superior a 40 anos (1). Esse tipo de câncer ginecológico é considerado o de maior dificuldade de diagnóstico, pois, em muitos casos, os tumores só apresentam sintomas quando já estão em um estágio avançado.

Ao longo do desenvolvimento da doença, conforme o tumor cresce, a mulher pode sentir diversos sintomas, como:

● Aumento de volume abdominal (endurecido ou ¨líquido¨)

● Pressão ou dor na pelve, nas costas ou nas pernas;

● Náusea;

● Indigestão;

● Gases;

● Prisão de ventre ou diarreia;

● Alterações na quantidade de urina;

● Cansaço constante.

Os principais tipos de neoplasias malignas do ovário são: tumores epiteliais (desenvolvidos na superfície externa do órgão); tumores de células germinativas (que surgem das células produtoras dos óvulos); e tumores estromais (iniciam a partir de células formadoras do ovário e dos hormônios femininos). Por outro lado, o ovário também pode desenvolver tumores benignos e tumores ditos ¨borderline¨, que apresentam baixo potencial de malignidade (2).

Como é a investigação?

Geralmente inicia-se pelo exame físico, em que o médico percebe o aumento de volume do abdome, geralmente localizado na pelve, nem sempre doloroso. A seguir, fazem-se exames de imagem, que podem partir dos mais simples, como uma ecografia (ultrassonografia) de abdome total ou mesmo apenas pélvica (também conhecida como ginecológica ou transvaginal), que é capaz de demonstrar a existência de uma tumoração nos anexos uterinos (ovários e trompas).

A tomografia ou a ressonância do abdome são exames que fornecem mais informações e permitem uma avaliação mais precisa a respeito do comportamento do tumor, se tem características de benigno ou maligno. Porém, algumas vezes ainda fica a dúvida para o médico assistente.

Nesta situação, uma boa opção é realizar uma laparoscopia. Este é um procedimento cirúrgico, realizado sob anestesia geral, em que uma câmera é colocada na cicatriz umbilical e a cavidade é inspecionada pelo cirurgião. Isso permite avaliar o aspecto do tumor e se há, ou não, sinais de disseminação para outros órgãos da cavidade. Além disso, permite tomar biópsias dos achados, que serão submetidos à análise pelo patologista.

Caso tenha-se confirmada a lesão como maligna, deve ser feita a investigação quanto a ocorrência de metástase para outros órgãos, como por exemplo, para pulmões e pleura, que denominamos estadiamento. Para tanto, a paciente faz novas tomografias ou o PET-CT, que é uma tomografia especial, utilizando um contraste de glicose marcada com fluor. Este traçador emite sinais luminosos de cores, que são captadas pelo aparelho, em locais de alta absorção da glicose (açúcar), indicando áreas de provável presença do tumor.

E o tratamento do câncer de ovário?

As formas básicas de tratamento do câncer de ovário incluem a quimioterapia e a cirurgia. A escolha dependerá de vários fatores, como a idade e condições clínicas da paciente, o tipo tumoral e o estágio da doença. A radioterapia também pode ser utilizada em algumas situações, como complemento à cirurgia, para tratar as cadeias linfonodais pélvicas e ilíacas.

A cirurgia padronizada é composta da retirada de todo o útero, trompas e ovários, linfonodos ilíacos, pélvicos e, se necessário, retroperitoneais, além do omento (camada de gordura que cobre os órgãos abdominais) e de biópsias aleatórias do peritôneo. Pode ser feita por via minimamente invasiva, ou seja, laparoscopia e robótica, ou por via convencional (aberta).

De um modo geral, estas neoplasias costumam responder muito bem ao tratamento quimioterápico inicial, com medicamentos derivados das platinas (cisplatina, carboplatina). Porém, podem se tornar resistentes a elas em algum momento do tratamento. Atualmente, há uma expectativa de resultados promissores com inibidores da PARP (poli ADP-ribose polimerase: olaparibe, rucaparibe e niraparibe) e, ainda, estão em investigação novos medicamentos, que agem como inibidores de vias celulares específicas, denominadas tirosina-quinase (imatinibe, sunitinibe) e agentes anti-angiogênicos (bevacizumabe).

Para os casos de disseminação peritoneal, é possível realizar um procedimento cirúrgico avançado, denominado citorredução, associado à exposição de quimioterapia aquecida diretamente na cavidade peritoneal (HIPEC). Neste procedimento devem ser retirados todos os focos tumorais macroscópicos da cavidade abdominal, tendo benefícios comprovados para pacientes com carcinoma do tipo epitelial. Os resultados estudados mostraram maior tempo de sobrevida livre de recidiva e de sobrevida global, em comparação com pacientes que receberam apenas cirurgia isoladamente, sem aumento nas taxas de efeitos colaterais ao tratamento (3).

Referências

1 – https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-ovario

2 – https://www.cancerresearchuk.org/about-cancer/ovarian cancer/types/borderline (acesso em 21 de junho de 2020)

3 – Hyperthermic Intraperitoneal Chemotherapy in Ovarian Cancer. WJ van Driel, et al. N Engl J Med 2018; 378:230-40.


© Copyright (todos os direitos reservados) para o Dr. William A. Casteleins, CRM-PR 24.807

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