ESPECIALIDADES
CIRURGIA ONCOLÓGICA
É o ramo da Oncologia (ou da Cancerologia) que se dedica ao tratamento operatório dos tumores malignos e, muitas vezes, também benignos. O cirurgião não prescreve quimioterapia, mas conhece os protocolos de tratamento com intenção neo-adjuvante (quando realizada antes da cirurgia) e adjuvante (realizada após a cirurgia). Trabalha em estreita relação com o Oncologista Clínico, este sim responsável pela aplicação de quimioterapia.
É uma sub-especialidade cirúrgica, sua formação leva no mínimo mais cinco anos, após a conclusão do curso de medicina, e tem como pré-requisito dois anos de treinamento em Cirurgia Geral. O Cirurgião Oncológico termina a residência apto a realizar procedimentos em todas as frentes da Oncologia, porém é muito comum, com o tempo, especializar-se em uma ou duas áreas, como oncologia do aparelho digestivo e ginecologia oncológica.
CIRURGIA PERITONEAL E HIPEC
Alguns tipos de câncer tem predileção por disseminação para o peritôneo, que é uma membrana que recobre internamente os órgãos abdominais. Este é considerado um estágio avançado da doença em muitos casos. Porém, há determinadas circunstâncias em que é possível realizar o tratamento cirúrgico, com benefício de melhora de sintomas (como redução de ascite e desconforto abdominal), aumento de sobrevida e, em algumas situações específicas, até cura da neoplasia.
É realizado uma cirurgia de grande porte, onde se faz a remoção de todos os órgãos em que é possível retirar o câncer, buscando a ressecção completa dos implantes peritoneais. Em seguida, aplica-se quimioterapia aquecida, em um sistema de perfusão, sobre os órgãos abdominais, com objetivo de destruição da doença microscópica, em nível celular. Podem ser utilizadas diferentes drogas anti-neoplásicas com esta finalidade, com tempo de perfusão, temperatura e doses variáveis.
Evidentemente, este é um procedimento de alta complexidade, que requer não só uma equipe cirúrgica afiada, mas de anestesistas, intensivistas e demais membros da equipe multiprofissional treinados e habituados aos cuidados operatórios específicos. A indicação para este procedimento é restrita a alguns tipos de neoplasia apenas, como o pseudomixoma peritoneal e o mesotelioma, alguns tipos de câncer de ovário, intestino grosso (cólon) e estômago.
>> Para maiores informações, acesse a página TRATAMENTOS e veja as informações sobre estas doenças específicas.
ONCOLOGIA GASTROINTESTINAL
É uma sub-especialização da Cirurgia Oncológica, dedicada às neoplasias do aparelho digestivo, o que inclui o esôfago, estômago, fígado, pâncreas, vias biliares, intestino delgado e intestino grosso (cólons, reto e canal anal). É uma vasta área do conhecimento dentro da Cancerologia, em constante atualização, especialmente com protocolos de tratamento sistêmico (quimioterapia e imunoterapia, as famosas drogas alvo-molecular).
A cirurgia, nestes órgãos, é possível de ser realizada por via minimamente invasiva em grande parte dos casos, onde se espera uma recuperação mais rápida do paciente, em relação à cirurgia convencional (chamada de ¨aberta¨).
Idealmente, recomendamos realizar um preparo especial para cirurgias gastrointestinais, do ponto de vista nutricional, com uso de suplementos específicos para a modulação imunológica do aparelho digestivo, buscando reduzir as taxas de complicação pós-operatórias.
CIRURGIA LAPAROSCÓPICA
É a cirurgia realizada de modo minimamente invasivo, por meio da punção de portais de 5mm, 10mm ou 12mm no abdômen, por onde entram pinças delicadas e uma câmera, para sua visualização. Atualmente, com o avanço das técnicas cirúrgicas e do refinamento do material, teoricamente qualquer procedimento pode ser realizado por esta via. Há vantagens de se realizar procedimentos laparoscópicos, como menor trauma cirúrgico para o paciente, com menor perda de sangue durante a cirurgia, menos dor abdominal e melhor efeito estético da cicatriz, em comparação com a cirurgia tradicional, por laparotomia.
Por outro lado, requer material específico, como pinças de energia avançadas e grampeadores apropriados. É prudente que cada caso seja avaliado de maneira individualizada, para determinar a melhor maneira de acesso cirúrgico ao tumor.
CIRURGIA RETROPERITONEAL
Alguns tumores se desenvolvem em órgãos que se localizam atrás do peritônio, área que denominamos de retroperitônio. É o caso dos grandes vasos abdominais (aorta e veia cava), os rins, glândulas supra renais (ou adrenais), conjuntos de linfonodos (gânglios do sistema linfático), músculos, nervos, tecidos gordurosos e conjuntivos. Não são neoplasias muito comuns, mas são de difícil acesso e poucos são os cirurgiões com experiência neste tipo de abordagem. Podem ser tumores muito graves, porém o tratamento cirúrgico é possível em grande parte dos casos. Quando são malignos, o tratamento pode ser combinado com quimioterapia e radioterapia, além de cirurgia.
ONCOLOGIA GINECOLOGICA
Dedica-se aos tumores do aparelho reprodutor feminino, envolvendo os ovários, trompas e o corpo do útero, sendo que este se divide em tumores localizados no endométrio (que faz o revestimento interno), no miométrio (parte muscular do órgão) e do colo do útero (ou cérvix). Por mais que os órgão ginecológicos se localizem todos na pelve, seu comportamento, biologia tumoral, opções terapêuticas e prognóstico, é muito variado. O tratamento cirúrgico envolve a remoção ampliada destes órgãos, conforme o estágio da doença, incluindo, ou não, a retirada dos gânglios linfáticos de sua cadeia de drenagem (ou apenas amostragem, que são os linfonodos sentinelas).
Também há uma grande quantidade de protocolos clínicos para o tratamento sistêmico (com quimioterapia) e a possibilidade de realizar radioterapia em determinadas situações. Por isso mesmo, é muito importante que as pacientes portadoras deste tumores recebam atenção individualizada, por equipe de oncologista clínico e cirurgião, a fim de elaborar a melhor estratégia de tratamento para seu caso.
As neoplasias de mama, devido às suas inúmeras particularidades, são do grupo chamado de Mastologia, não sendo a nossa especialidade.